Homero – “Obra” Completa (DOWNLOAD)

Como disse Platão, Homero foi, no mais pleno sentido, o educador da Grécia.
(Henri-Irénée Marrou, 1965)

O nome de Homero (gr. Ὅμηρος), o mais antigo e respeitado poeta da Grécia Antiga, está vinculado há mais de 2.600 anos à Ilíada e à Odisseia. Não há nenhuma evidência, no entanto, de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito qualquer uma dessas duas epopeias, tradicionalmente chamadas de poemas homéricos.

Segundo Heródoto (-484/-425), Homero teria vivido 400 anos antes dele (Hdt. 2.53). Estudos recentes, porém, situam a data de composição da Ilíada e da Odisseia no fim da Idade das Trevas (c. -750) ou no início do Período Arcaico (-750/-713). O uso predominante do dialeto iônico sugere que o autor dos poemas veio provavelmente da Jônia. Que ele era um aedo cego nascido especificamente em Quios ou em outro lugar da região e se chamava Homero, porém, não tem qualquer comprovação histórica. Não são confiáveis, igualmente, as numerosas Vidas (lat. Vitae) de Homero que proliferaram na Antiguidade.

As calorosas disputas que tentam esclarecer a origem da Ilíada e da Odisseia desde o Período Helenístico compõem a famosa “Questão Homérica”, que pode ser resumida assim:

  1. seriam a Ilíada e a Odisseia obra de um só poeta?
  2. teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados?
  3. qual dos poemas é o mais antigo?
  4. seria “Homero” o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga tradição oral?
  5. teria sido “Homero” um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral de diversas épocas?
  6. seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações tardias dos poemas originalmente compostos?

Discute-se esses itens — e outros ainda — até hoje… No momento, a maior parte dos eruditos parecem inclinar-se à possibilidade de que os dois poemas foram escritos por duas pessoas diferentes, e que a Ilíada é o mais antigo dos dois.

Fonte: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0261


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  1. ILÍADA: principal obra do poeta e que conta o episódio da Guerra de Troia, no décimo ano, no qual Aquiles, enfurecido com o rei do Aqueus, Agamémnon, recusa-se a participar da batalha. Isto gera uma série de reveses para os helenos e quase a sua derrota.
    * Download 1: Texto original em Grego Antigo
    * Download 2: Tradução de Frederico Lourenço (Companhia das Letras)
    * Download 3: Adaptação para quadrinhos


  2. ODISSEIA: conta o retorno de Odisseu (Ulisses entre os romanos), o heróis ardiloso que criara a armadilha do Cavalo de Troia. O herói enfrentará diversos desafios fantásticos até retornar a sua terra pátria e restabelecer seu poder régio junto a esposa Penélope.
    * Download 1: Texto original do Grego Antigo.
    * Download 2: Tradução de Carlos Alberto Nunes (formato epub)

    * Download 3: Tradução clássica de Odorico Mendes
    * Download 4: Adaptação em prosa de Paulo Sérgio Vasconcelos
    *
    Download 5: Adaptação Infanto-Juvenil de Ruth Rocha (Companhia das Letrinhas)

    * Download 6:  Adaptação de Paula Adriana Ribeiro (Clássicos Universais)


  3. HINOS HOMÉRICOS: de autoria controversa, tratam-se de diversos hinos em honra aos deuses do panteão grego que seguem o mesmo estilo de verso e temática homérica.
    * Download: Hinos Homéricos por Rafael Brunhara.


  4. BATRACOMIOMAQUIA: paródia burlesca da Ilíada que relata uma guerra fantástica entre ratos e rãs. Texto pseudo-homérico.
    * Download: Traduçao de Rodolfo Paes Nunes Lopes (Coimbra).

Eurípides – Teatro completo (DOWNLOAD)

Eurípides (gr. Εὐριπίδης) é o terceiro dos maiores tragediógrafos gregos, organizados assim não por seu grau de importâncias, mas assim situados cronologicamente. Sendo o terceiro e mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia ática, possui as obras que mais agradam ao gosto moderno.

Por mais que este autor não tenha sido muito apreciado pelo público da Atenas Clássica (V séc. a.C.), muitas cópias de suas obras forma feitas (18 tragédias e um drama satírico) que foram encenadas mormente no Período Helenístico e Greco-Romano.


BIOGRAFIA
(fonte: Graecia Antiqua)

À parte inúmeras lendas e anedotas, sabe-se efetivamente pouca coisa a respeito da vida do poeta. Seu pai se chamava Mnesárquides, sua família era abastada e viveu a maior parte de sua vida em Atenas. Nasceu por volta de -485, no demo dos Flieus, da tribo Cecrópida, e morreu em -406, certamente na própria Atenas. O relato tradicional de que ele teria se transferido para Pela, capital da Macedônia, pouco depois de -408 e morrido lá, é apenas uma invenção dos biógrafos antigos (Scullion, 2003; Ribeiro Jr., 2007).

Sua primeira tragédia, As Pelíades, foi apresentada mais ou menos em -455 e, nos cinquenta anos seguintes, compôs pouco mais de noventa peças, das quais conhecemos integralmente apenas dezessete tragédias e um drama satírico. Recebeu o primeiro prêmio nos concursos trágicos de Atenas apenas cinco vezes, o último deles postumamente.

Consta que também compôs elegias e poemas líricos, dos quais restam apenas fragmentos insignificantes.


OBRAS PARA DOWNLOAD

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PARA UMA INTRODUÇÃO ÀS TRAGÉDIAS GREGAS:

* LESKY, Albin – Tragedia Grega


PRINCIPAIS PEÇAS REMANESCENTES:

  1. ALCESTE (438 a.C., segundo prêmio):  é, a um tempo, o mais antigo drama de Eurípides que sobreviveu e o único anterior à Guerra do Peloponeso. A distância entre Alceste e As filhas de Pélias, sua primeira tragédia, é de quase 20 anos; trata-se da obra de um poeta experiente e maduro.
    Download: Tradução de Mário da Gama Kury.


  2. MEDEIA (431 a.C., terceiro prêmio): Eurípides nos transmitiu, nesse drama, um dos mais interessantes e mais emocionantes retratos das forças antagônicas que governam a alma humana. Medeia, a personagem principal, luta com todas as forças e todas as armas contra as adversidades que a acometem.
    * Download 1: Tradução de Mário da Gama Kury.
    * Donwload 2: Tradução de Trajano Vieira (bilingue)


  3. OS HERÁCLIDAS (430 a.C.): Os filhos de Héracles são perseguidos por Euristeu, rei de Argos, após a morte do herói. Acompanhados de Iolau, antigo companheiro de Héracles, e de Alcmena, sua avó, os jovens pedem ajuda a Demofonte, filho de Teseu e rei de Atenas. Graças ao sacrifício voluntário de Macária, uma das filhas de Héracles, os atenienses vencem o exército de Euristeu, que é capturado e morto.
    * Download: Tradução lusitana de Claúdia Raquel Cravo da Silva.


  4.  HIPÓLITO (428 a.C., primeiro prêmio): Fedra, esposa de Teseu, apaixona-se por Hipólito, seu enteado, jovem casto e dedicado à caça, devoto de Ártemis. Ao ser informado por uma serva do amor que lhe dedica a madrasta, Hipólito a repele com veemência e Fedra se suicida, deixando mensagem a Teseu que acusa falsamente Hipólito.
    * Download 1: Tese e tradução de Fernando Crespim Zorrer da Silva.
    * Donwload 2: Tradução portuguesa.


  5.  ANDRÔMACA (425 a.C.): Andrômaca, após a queda de Troia, foi escravizada e se tornou concubina de Neoptólemo, filho de Aquiles, que viajou para o Santuário de Delfos. Hermíone, sua esposa, ajudada por Menelau, maquina a morte da rival, pois ela foi capaz de dar um filho ao marido.
    * Download 1: Versão Oficina do Teatro
    * Download 2: Versão em Espanhol de José L. Navarro Gonzáles.


  6. HÉCUBA (424 a.C.): Após a queda de Troia, os navios gregos chegam à Trácia. No acampamento a ex-rainha Hécuba vê sua filha Polixena ser sacrificada em honra de Aquiles, já morto, e logo depois se depara com o cadáver de seu filho Polidoro, a quem julgava em segurança no palácio de Polimestor, seu genro.
    * Download: Tradução para o Espanhol (bilíngue)


  7.  AS SUPLICANTES (423 a.C.): Creonte, rei de Tebas, recusa-se a entregar os corpos dos cinco chefes argivos que morreram tentando conquistar Tebas. Adrasto, o único sobrevivente, e as mães e os filhos dos heróis mortos vêm a Atenas pedir a ajuda de Teseu.
    * Download: Dissertação e tradução de Vanessa Silva Almeida


  8. ELECTRA (420 a.C.): Electra é a versão euripidiana da vingança final de Orestes, filho de Agamêmnon, rei de Micenas, contra os assassinos seu pai: a própria mãe, Clitemnestra, e Egisto.
    * Download: Dissertação e tradução de Karen Amaral Sacconi


  9.  HÉRACLES (416 a.C.): Durante a ausência de Héracles, então envolvido com o décimo segundo trabalho, um usurpador mata o rei de Tebas, sogro do herói, e está a ponto de matar também seus filhos, seu pai terreno e sua esposa quando Héracles retorna e salva a situação.
    * Donwload: Tradução em Espanhol (bilíngue)


  10. AS TROIANAS (415 a.C., segundo prêmio): Após a queda de Troia, as mulheres são escravizadas e aguardam o embarque para os novos lares. Taltíbio, o arauto, anuncia à desesperada Hécuba que Polixena, sua filha, será sacrificada, e que seu neto Astiánax será morto; posteriormente, o corpo de Astiánax é entregue a Hécuba e a Andrômaca. Helena, mantida entre as cativas troianas, tenta se reconciliar com Menelau enquanto espera o embarque, a despeito dos esforços de Hécuba.
    * Download: Tradução de Mário da Gama Kury.


  11.  IFIGÊNIA EM TÁURIS (c. 414 a.C.): Salva por Ártemis em Áulis, quando ia ser sacrificada, Ifigênia tornou-se sacerdotiza da deusa em Táuris, onde os gregos que lá naufragavam eram sacrificados à deusa. Orestes, ainda perseguido pelas Erínias, chega à região em companhia de seu primo e amigo Pílades, para tentar levar para a Ática uma antiga estátua da deusa, conservada no templo de Ártemis. Presos e levados à sacerdotiza, Ifigênia reconhece o irmão a tempo e ambos planejam então a fuga.
    * Download: Tradução portuguesa de Nuno Simões Rodrigues
    * Download: Tradução de Jaa Torrano.


  12.  ÍON (c. 413 a.C.): Íon, assim como outros dramas euripidianos tardios, tem final feliz e suas afinidades com a comédia são consideráveis. O tema da criança abandonada e posteriormente reencontrada pelos pais em um momento crítico, por exemplo, iria ser exaustivamente explorada pela Comédia Nova.
    * Download: Tradução em Espanhol (Bilíngue)


  13.  HELENA (412 a.C.): Quando Páris foi buscar Helena em Esparta, antes da Guerra de Troia, Zeus deixou-lhe uma imagem de Helena e transportou a verdadeira esposa de Menelau para o Egito onde, agora, o rei Teoclímeno quer desposá-la. Teucro encontra Helena e lhe fala do término da guerra.
    * Download: Tradução de Clara Lacerda Crepaldi.


  14.  AS FENÍCIAS (c. 410 a.C., segundo prêmio): Etéocles, rei de Tebas, recusa-se a entregar o cetro ao irmão Polinices, conforme o combinado, e Polinices se prepara para atacar Tebas à frente de um exército argivo. Jocasta consegue fazer os irmãos conversarem, mas em vão. Tirésias prediz que Tebas vencerá somente se Meneceu, filho de Creonte, se sacrificar, e o jovem se mata à revelia do pai.
    * Download 1: Tradução de Evandro Luis Salvador.
    * Download 2: Tradução de Jaa Torrano.


  15.  ORESTES (408 a.C.): Electra e Orestes, que adoeceu depois de matar Egisto e Clitemnestra, mãe de ambos, é condenado à morte pelos argivos por instigação de Tíndaro. Menelau não quis ou não foi capaz de ajudar o sobrinho; em desespero, Orestes, Electra e Pílades decidem matar Helena e, tomando Hermíone como refém, ameaçam incendiar o palácio de Argos.
    * Download: Tradução em Inglês (bilíngue) – Loeb Classical Library


  16. AS BACANTES (405 a.C., póstuma): Dioniso chega a Tebas, terra de sua mãe, para ali implantar seu culto. Cadmo e Tirésias estão a favor, mas o rei Penteu é contra. Dioniso induz um delírio nas mulheres da cidade, inclusive sua tia Agave e as irmãs, que partem para o monte Cíteron juntamente com as mênades.
    * Download: Tradução de Mário da Gama Kury


  17.  IFIGÊNIA EM AULIS (405 a.C., póstuma): A tragédia se baseia em um dos episódios do Ciclo Troiano. Agamêmnon, rei de Micenas (ou Argos), comandante das forças gregas que se preparam para atacar Troia, é compelido a sacrificar sua filha Ifigênia para que a deusa Ártemis cesse a longa calmaria que impede o embarque dos gregos. A inesperada chegada de Clitemnestra em companhia da filha e a intervenção de Aquiles, alheio à trama, complicam seus planos.
    * Download: Tradução de Carlos Alberto Pais.


  18.  O CÍCLOPE (408 a.C., drama satírico): Odisseu e seus companheiros chegam à ilha de Polifemo e encontram Sileno e o coro de sátiros, escravizados pelo ciclope. O ogre acusa injustamente os gregos de tentar roubar seu carneiros, prende-os na caverna e devora dois deles. O astuto Odisseu consegue embebedar o monstro, cegá-lo, fugir da gruta e escapar juntamente com os companheiros, Sileno e os sátiros.
    * Download: Dissertação e tradução de Guilherme de Faria Rodrigues.


  19.  RESO (350 a.C.): Esta tragédia, de acordo com a maior parte dos eruditos modernos, não é de Eurípides, e sim de um tragediógrafo anônimo do século IV a.C.
    * Download: Tradução de Jaa Torrano.

Fonte: RIBEIRO JR., W.A. Eurípides. Portal Graecia Antiqua, São Carlos. URL: greciantiga.org

Novo Testamento em Grego (on line)

Os links abaixo são para o Novo Testamento em seu original em Grego Koiné, o dialeto bíblico, por Westcott / Hort (1881) na versão do site Biblos. Fiquem à vontade para pesquisa, mas a tradução está em inglês, todavia é uma forma rápida de consulta.

Para acessar, basta clicar no número do capítulo!

Mateus
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Marcos
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Lucas
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
João
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Atos
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Romanos
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
I Coríntios
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
II Coríntios
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Gálatas
Capítulo: 1 2 3 4 5 6
Efésios
Capítulo: 1 2 3 4 5 6
Filipenses
Capítulo: 1 2 3 4
Colossenses
Capítulo: 1 2 3 4
I Tessalonicenses
Capítulo: 1 2 3 4 5
II Tessalonicenses
Capítulo: 1 2 3
I Timóteo
Capítulo: 1 2 3 4 5 6
II Timóteo
Capítulo: 1 2 3 4
Tito
Capítulo: 1 2 3
Filemom
Capítulo: 1
Hebreus
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Tiago
Capítulo: 1 2 3 4 5
I Pedro
Capítulo: 1 2 3 4 5
II Pedro
Capítulo: 1 2 3
I João
Capítulo: 1 2 3 4 5
II João
Capítulo: 1
III João
Capítulo: 1
Judas
Capítulo: 1
Apocalipse
Capítulo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Sófocles – Teatro completo (DOWNLOAD)

sofocles

Ὁρῶ γὰρ ἡμᾶς οὐδὲν ὄντας ἄλλο πλὴν
εἴδωλ’, ὅσοιπερ ζῶμεν, ἢ κούφην σκιάν.
Vejo, pois, que nada somos além de fantasmas,
todos nós que vivemos: apenas sombras vazias.

Sófocles (gr. Σοφοκλῆς), o segundo dos poetas trágicos canônicos, foi ainda em vida o mais bem sucedido autor de tragédias do século -V. Consta que obteve o maior número de vitórias nos concursos dramáticos de Atenas. Desde sua primeira vitória, aos 28 anos, foi festejado e homenageado como o maior dos poetas trágicos e, de acordo com a tradição biográfica, participou ativamente da vida pública de Atenas.


BIOGRAFIA

Filho de um fabricante de armaduras de nome Sófilo, Sófocles recebeu na infância e juventude uma educação bem tradicional, nos moldes ateniense, ou seja, com valorizando dos aspectos culturais. Ainda na juventude, dirigiu um coral de criança, formado para comemorar a vitória ateniense na batalha de Salamina (480 a.c).

No ano de 468 a.C, aos 28 anos de idade, participou de um concurso de arte dramática, em que venceu Ésquilo. Porém, foi derrotado, num concurso realizado em 441 a.C, por outro importante dramaturgo da época, Eurípedes. Durante a vida ganhou vários concursos ligados ao teatro e obteve justo reconhecimento da sociedade por seu talento na criação de sátiras e tragédias.


OBRAS PARA DOWNLOAD

Suas primeiras peças foram escritas depois que as de Ésquilo e antes que as de Eurípedes. De acordo com a Suda, uma enciclopédia do século X, Sófocles escreveu 123 peças durante sua vida, mas apenas sete sobreviveram em uma forma completa. Por quase 50 anos, Sófocles foi o mais celebrado dos dramaturgos nos concursos dramáticos da cidade-estado de Atenas, que aconteciam durante as festas religiosas Leneana e Dionísia. Sófocles competiu em cerca de 30 concursos, venceu 24 e, talvez, nunca ficou abaixo do segundo lugar; em comparação, Ésquilo venceu 14 concursos e foi derrotado por Sófocles várias vezes, enquanto Eurípedes ganhou apenas quatro competições.

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PARA UMA INTRODUÇÃO ÀS TRAGÉDIAS GREGAS:

* LESKY, Albin – Tragedia Grega


PRINCIPAIS PEÇAS REMANESCENTES:

  1. AJAX (gr. Αἴας) é uma das mais antigas e mais admiradas tragédias de Sófocles, talvez a mais antiga das que sobreviveram. Possíveis alusões a alguns eventos históricos permitem situá-la em torno de -445, mas alguns eruditos preferem não arriscar data assim tão precisa. A tragédia gira em torno dos ritos fúnebres de Ájax, melhor herói grego depois de Aquiles, que por não ter recebido as armas deste, enlouquecido, massacra rebanhos em vez de inimigos e acaba cometendo suicídio.
    * Download 1: tradução de Mário da Gama Kury.
    * Download 2: tradução de Flávio Ribeiro de Oliveira (bilíngue).


  2. TRAQUINIANAS (gr. Τραχίνιαι), a mais pessimista das tragédias sofoclianas, segundo Easterling pode ter sido encenada em qualquer data entre -457 e -430. Conta a história da morte de Héracles pelas mãos de sua esposa Djanira que envia que envia sua túnica embebida do sangue  envenenado do centauro Nesso.
    * Download: versão em inglês, somente.


  3. ÉDIPO REI  (gr. Οἰδίπους Τύραννος), de Sófocles, é talvez a mais célebre e a mais representada das tragédias gregas. Tanto o filósofo Aristóteles, na Antiguidade, quanto os dramaturgos franceses do século XVII a consideravam a tragédia mais bem construída e mais bem estruturada de todas. Narra o processo de investigação por parte do herói matador da esfinge, Édipo, de uma epidemia que devastava a cidade de Tebas. Mas sabia ele que sua própria origem estava no cerne do problema.
    * Download 1: tradução de Trajano Vieira (bilíngue).
    * Download 2: trilogia tebana de Mário da Gama Kury.


  4. ÉDIPO EM COLONO (gr. Οἰδίπους ἐπὶ Κολωνῶι), com seus 1779 versos, é a última e mais longa das tragédias de Sófocles que sobreviveram e, ademais, a mais longa tragédia grega completa que conhecemos. Pode-se dizer que é a continuação de Édipo Rei. Nela vemos a redenção do herói cego que se nega a socorrer sua antiga cidade ameaçada por uma guerra civil perpetrada por seus herdeiro: Etéocles e Polinices.
    * Download 1: tese e tradução de  Cristiane Patrícia Zaniratto.
    * Download 2: trilogia tebana de Mário da Gama Kury.


  5. ANTÍGONA (gr. Ἀντιγόνη) é, provavelmente, a segunda mais antiga das tragédias conservadas de Sófocles. Esta última tragédia do ciclo de Édipo narra aventura apaixonada de Antígona na busca de honrar seu irmão, Polinices, com um enterro devido, mesmo que ele guerreado contra sua própria cidade. Extremamente feminina e encantadora.
    * Download 1: tradução de J. B. de Mello e Souza.
    * Download 2: trilogia tebana de Mário da Gama Kury.


  6. ELEKTRA (gr. Ἠλέκτρα), de Sófocles, foi representada em Atenas pela primeira vez quando o autor tinha idade bem avançada. Mostra como Elektra e Orestes empreendem a vingança contra os assassinos de seu pai, o rei Agamémnon.
    * Donwload.


  7. FILOCTETES (gr. Φιλοκτήτης) é uma das poucas tragédias sofoclianas cuja data conhecemos com precisão. Foi apresentada pela primeira vez em -409 nas Dionísias Urbanas de Atenas, quando Sófocles tinha cerca de 87 anos, e ganhou o primeiro prêmio. Narra o resgate do herói abandonado pelo aqueus na viagem a Troia devido a um ferida horrível e purilenta. Devido a um oráculo, os gregos tem que voltar atrás em sua decisão, mas Filoctetes não cederá sem resistir.
    * Download:  tradução de José Ribeiro Ferreira.

OBRA COMPLETA EM OUTRAS LÍNGUAS

Fonte dos textos introdutórios: greciantiga.org

O Mito de Atlântida em Platão – Parte 1

Platão e Atlantida

O MITO DE ATLÂNTIDA EM PLATÃO (PARTE 1):
Qual a localização da ilha mítica?

Nesta conhecida passagem dos diálogos platônicos, o autor relata uma curiosa história que o ateniense Sólon ouviu no Egito: a do mito da Atlântida. A lenda foi preservada por pastores egípcios desde o ano 400 a.C. Ela descreve dois diálogos que se referem a uma viagem de Sólon ao Egito, onde ele soube que os sacerdotes egípcios de Sais possuíam registros escritos sobre “uma ilha continental além das Colunas de Hércules chamada Atlântida, o centro de um grande e maravilhoso império” com uma grande população, cidades de telhados de ouro, frota e exércitos poderosos para invasão e conquistas. A Atlântida é descrita como uma civilização avançada, um império de engenheiros e cientistas, tão ou mais avançados tecnologicamente que a nossa civilização.  Veja como aparece no Timeu:

TEXTO ORIGINAL EM GREGO:

[21e]  “ἔστιν τις κατ᾽ Αἴγυπτον,” ἦ δ᾽ ὅς, “ἐν τῷ Δέλτα, περὶ ὃν κατὰ κορυφὴν σχίζεται τὸ τοῦ Νείλου ῥεῦμα Σαϊτικὸς ἐπικαλούμενος νομός, τούτου δὲ τοῦ νομοῦ μεγίστη πόλις Σάις — ὅθεν δὴ καὶ Ἄμασις ἦν ὁ βασιλεύς (…). οἷ δὴ Σόλων ἔφη πορευθεὶς σφόδρα τε γενέσθαι παρ ᾽ αὐτοῖς ἔντιμος, [22a] καὶ δὴ καὶ τὰ παλαιὰ ἀνερωτῶν ποτε τοὺς μάλιστα περὶ ταῦτα τῶν ἱερέων ἐμπείρους, σχεδὸν οὔτε αὑτὸν οὔτε ἄλλον Ἕλληνα οὐδένα οὐδὲν ὡς ἔπος εἰπεῖν εἰδότα περὶ τῶν τοιούτων ἀνευρεῖν. καί ποτε προαγαγεῖν βουληθεὶς αὐτοὺς περὶ τῶν ἀρχαίων εἰς λόγους, τῶν τῇδε τὰ ἀρχαιότατα λέγειν ἐπιχειρεῖν, περὶ Φορωνέως τε τοῦ πρώτου λεχθέντος καὶ Νιόβης, καὶ μετὰ τὸν κατακλυσμὸν αὖ περὶ Δευκαλίωνος [22b]καὶ Πύρρας ὡς διεγένοντο μυθολογεῖν, καὶ τοὺς ἐξ αὐτῶν γενεαλογεῖν, (…) [23d] τὸν οὖν ἱερέα φάναι: ‘φθόνος οὐδείς, ὦ Σόλων, ἀλλὰ σοῦ τε ἕνεκα ἐρῶ καὶ τῆς πόλεως ὑμῶν, μάλιστα δὲ τῆς θεοῦ χάριν, ἣ τήν τε ὑμετέραν καὶ τήνδε ἔλαχεν καὶ ἔθρεψεν καὶ ἐπαίδευσεν, προτέραν μὲν τὴν παρ᾽ [23e] ὑμῖν ἔτεσιν χιλίοις, ἐκ Γῆς τε καὶ Ἡφαίστου τὸ σπέρμα παραλαβοῦσα ὑμῶν, τήνδε δὲ ὑστέραν. τῆς δὲ ἐνθάδε διακοσμήσεως παρ᾽ ἡμῖν ἐν τοῖς ἱεροῖς γράμμασιν ὀκτακισχιλίων ἐτῶν ἀριθμὸς γέγραπται. (…) [24e] (…) λέγει γὰρ τὰ γεγραμμένα ὅσην ἡ πόλις ὑμῶν ἔπαυσέν ποτε δύναμιν ὕβρει πορευομένην ἅμα ἐπὶ πᾶσαν Εὐρώπην καὶ Ἀσίαν, ἔξωθεν ὁρμηθεῖσαν ἐκ τοῦ Ἀτλαντικοῦ πελάγους. τότε γὰρ πορεύσιμον ἦν τὸ ἐκεῖ πέλαγος: νῆσον γὰρ πρὸ τοῦ στόματος εἶχεν ὃ καλεῖτε, ὥς φατε, ὑμεῖς Ἡρακλέους στήλας, ἡ δὲ νῆσος ἅμα Λιβύης ἦν καὶ Ἀσίας μείζων, (…)  [25a] ἐν δὲ δὴ τῇ Ἀτλαντίδι νήσῳ ταύτῃ μεγάλη συνέστη καὶ θαυμαστὴ δύναμις βασιλέων, κρατοῦσα μὲν ἁπάσης τῆς νήσου, πολλῶν δὲ ἄλλων νήσων καὶ μερῶν τῆς ἠπείρου: (…) [25b] αὕτη δὴ πᾶσα συναθροισθεῖσα εἰς ἓν ἡ δύναμις τόν τε παρ᾽ ὑμῖν καὶ τὸν παρ᾽ ἡμῖν καὶ τὸν ἐντὸς τοῦ στόματος πάντα τόπον μιᾷ ποτὲ ἐπεχείρησεν ὁρμῇ δουλοῦσθαι. (…) [25c] (…) ὑστέρῳ δὲ χρόνῳ σεισμῶν ἐξαισίων καὶ κατακλυσμῶν γενομένων, μιᾶς [25d]ἡμέρας καὶ νυκτὸς χαλεπῆς ἐπελθούσης, τό τε παρ᾽ ὑμῖν μάχιμον πᾶν ἁθρόον ἔδυ κατὰ γῆς, ἥ τε Ἀτλαντὶς νῆσος ὡσαύτως κατὰ τῆς θαλάττης δῦσα ἠφανίσθη: ” (…)

J. Burnet, Plato. Timaeus, in _______, Platonis Opera, v. 3, Oxford, Oxford University Press, 1903.


Mapa de Atlântida

Athanasius Kircher’s Map of Atlantis (c.1669)

TRADUÇÃO

Há no Egipto – começou Crítias –, no extremo inferior do Delta, em redor da zona onde se divide a corrente do Nilo, uma região chamada Saiticos; e da maior cidade dessa região, Sais – precisamente de onde era natural o rei Amásis – (…)

Dizia Sólon que, enquanto por ali andou, era [22a] muitíssimo respeitado por eles, e que, a certa altura, ao questionar os sacerdotes mais versados sobre acontecimentos antigos, descobriu que nem ele nem nenhum outro grego sabia, por assim dizer, quase nada sobre aquele assunto. Como ele pretendia induzir os anciãos a conversarem sobre acontecimentos antigos, pôs-se a contar as tradições ancestrais que há entre nós. Falou de Foroneu, que se diz ter sido o primeiro homem, e de Níobe, de como Deucalião e Pirra sobreviveram ao dilúvio, e discorreu sobre a genealogia dos que lhes sucederam. (…)

[23d] Então, o sacerdote respondeu o seguinte: “É sem reserva alguma que to contarei, ó Sólon, por consideração a ti e à vossa cidade e, acima de tudo, por gratidão à deusa, a quem coube em sorte a vossa cidade e também esta, que ela criou e educou – primeiro a vossa, mil anos antes [23e] da nossa, depois de ter recebido de Gaia e de Hefesto a semente de onde vós nascestes, e depois esta aqui. Segundo os números gravados nos escritos sagrados, a nossa cidade foi organizada há oito mil anos. (…) [24e] Os nossos escritos referem como a vossa cidade um dia extinguiu uma potência que marchava insolente em toda a Europa e na Ásia, depois de ter partido do Oceano Atlântico. Em tempos, este mar podia ser atravessado, pois havia uma ilha junto ao estreito a que vós chamais Colunas de Héracles – como vós dizeis; ilha essa que era maior do que a Líbia e a Ásia juntas. (…) [25a] Nesta ilha, a Atlântida, havia uma enorme confederação de reis com uma autoridade admirável que dominava toda a ilha, bem como várias outras ilhas e algumas partes do continente. (…) [25b] Esta potência tentou, toda unida, escravizar com uma só ofensiva toda a vossa região, a nossa e também todos os locais aquém do estreito. (…) [25c] Posteriormente, por causa de um sismo incomensurável e de um dilúvio que sobreveio num só dia e numa noite [25d] terríveis, toda a vossa classe guerreira foi de uma só vez engolida pela terra, e a ilha da Atlântida desapareceu da mesma maneira, afundada no mar.”


NOTAS
(palavras em negrito na tradução)

  1. A cidade de Saís (gr. Σάϊς), atualmente Sah el-Haggar, ficava na parte oeste do delta do Nilo e era a capital do 5º nomo (província) do Antigo Egito. Lá reinaram os faraós da 24ª Dinastia (c. -732/-720) e da 26ª Dinastia (-664/-525).
  2. Amásis II (gr. Ἄμασις), faraó egípcio da 26ª Dinastia, reinou de -570 a -526, durante o Período Saíta, pouco antes da conquista persa. É improvável que tenha conhecido o ateniense Sólon, cujo arcontado data de -594/-593, a despeito das afirmações de Heródoto (1.29-30)
  3. Essa Níobe é uma das filhas de Foroneu, homem primevo e um dos heróis fundadores da Argólida. Não deve ser confundida com Níobe, filha de Tântalo, objeto da vingança de Ártemis e de Apolo.
  4. A deusa grega Atena, segundo Heródoto (2.59) e Platão (21e), era a mesma deusa egípcia Neith (antigo egípcio Nj.t = Net / Neit), protetora de Saís, cidade situada na parte oeste do delta do Rio Nilo. É a mais antiga deusa atestada nos textos egípcios e seu culto remonta à 1ª Dinastia (c. -3100/-2886).
  5. Colunas de Héracles (gr. Ἡράκλειοι Στῆλαι, lat. Columnae Herculis): nome do Estreito de Gibraltar na Antiguidade. Ele tem atualmente apenas 13 km de extensão, fica no extremo ocidental do Mediterrâneo e separa dois promontórios, um no sul da Europa (o rochedo de Gibraltar) e outro no norte da África (rochedo de Ceuta). Do outro lado está o Oceano Atlântico
  6. A Líbia (gr. Λιβύη) compreendia, no Período Arcaico e na época de Heródoto, as terras do norte da África que ficavam a oeste do Vale do Nilo, onde viviam os líbios, e no extremo sul do Egito, onde viviam os etíopes. O denominação “África” data de -146 e foi dada pelos romanos.

Fonte:  RIBEIRO JR., W.A. Platão / Timeu 21e-25d. Portal Graecia Antiqua, São Carlos. URL: greciantiga.org/arquivo.asp?num=0396. Consulta: 22/01/2017.


PARA BAIXAR O DIÁLOGO COMPLETO:

download-pdfTIMEU – Tradução de Rodolfo Lopes.